Mais de 50 doenças podem ser causadas em decorrência do consumo casual do fumo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dentre as mortes provenientes do uso do cigarro estão infarto do miocárdio (45%), doença pulmonar obstrutiva crônica (85%), derrames (25%) e câncer (30%). Estatísticas ainda apontam que, a cada dez segundos, um fumante morre no mundo e que o hábito diminui em oito anos a vida de uma pessoa. O que muitas pessoas não sabem é que a ansiedade pode ser uma barreira para quem deseja parar de fumar, conforme aponta a psicanalista do NitidaMente Instituto, Shirley Moraes.
Para ela, como o cigarro consegue dar aos fumantes sensações ligadas ao bem-estar, a retirada do produto químico, que causa dependência, pode desencadear o aumento de casos de ansiedade e depressão, fazendo com que o fumante persista no hábito.
Apesar de não ser uma tarefa fácil, a especialista traz algumas dicas para quem quer combater o vício: evitar a primeira tragada, estar em lugares ou próximo de fumantes, além de ter ciência dos sintomas comuns após a parada do uso de cigarro, que podem desaparecer em até três semanas. “Caso o paciente não consiga trabalhar isso sozinho, é recomendável buscar ajuda de especialistas”, afirma Shirley Moraes.
Se você compra quando está triste, com raiva ou ansioso e, geralmente, só se satisfaz após a aquisição de um item na loja, pode estar certo de que há grandes chances de você ser um comprador compulsivo. De acordo com a psicanalista do NitidaMente Instituto, Shirley Moraes, comprar para buscar a felicidade é natural, mas nunca pode ser o único artifício para a obtenção do prazer pessoal.
Por viver em uma sociedade capitalista, as pessoas estão expostas a todo tempo à situações que promovem o consumismo: na TV, em outdoors na rua, no trabalho e até na internet. “Os anúncios, ofertas e promoções estão em todos os lugares, mas é importante saber que, apesar da satisfação momentânea, a aquisição de bens nunca vai substituir ou anular um problema emocional”, afirma a especialista.
O vício pela compra pode ser encarado como uma doença e precisa de tratamento adequado, ainda de acordo com Shirley Moraes. Caso o indivíduo esteja se identificando como um consumidor excessivo, o ideal é buscar terapia para que haja controle do problema.
Indícios de um comprador compulsivo:
– Compra sem necessidade;
– Não resiste a uma oferta ou promoção;
– Compra mais do que ganha mensalmente;
– Se sente inquieto, até que a compra seja efetuada;
– Compra quando está triste, com raiva ou ansioso;
– Não utiliza os itens que adquire;
– Sente culpa, após a compra.
Na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a psicanalista do NitidaMente Instituto, Shirley Moraes, faz um alerta para a quantidade de pessoas do sexo feminino com distúrbios alimentares. De acordo com ela, além das imposições sociais que fomentam padrões de beleza e estética, o que favorecem o surgimento desses problemas, o fator genético também corrobora para essa afirmação.
Uma pesquisa realizada na Universidade York, no Reino Unido, analisou o cérebro de voluntárias e constatou que elas se enxergavam como tendo um peso maior do que realmente possuíam, através do uso de óculos de realidade virtual. O estudo, que também analisou o funcionamento dos neurônios, concluiu que a inconformidade sobre o corpo era bem mais nítido entre mulheres do que se comparado aos homens.
A parte do cérebro analisada é a mesma relativa a sentimentos como medo e raiva. Shirley Moraes, que também é hipnoterapeuta, afirma que tanto a hipnose, quanto a psicanálise, podem ser úteis para o tratamento desses transtornos.
Por Magui Guimarães
Como você se autoconceitua? Você gosta de você mesmo? Você se sente capaz de enfrentar as adversidades do cotidiano? Você se acha merecedor à vida?
Pessoas com autoestima baixa têm crenças e opiniões depreciativas de si mesma e acreditam que tem pouco ou nenhum valor enquanto pessoa. Padecem de um mal estar psicológico e afetam sua saúde mental. Não conseguem ter prazer e sentir gratificação pelo fato de estar vivo. Encontram mais valor naquilo que possuem do que pela pessoa que representam. Procuram compensar sua sensação de desvalia fazendo demonstrações de poder através do dinheiro, prestígio e fama, o que é denominado de pseudo-autoestima, pois dependem das posses para se sentir bem. A ausência de valor real gera emoções negativas e depressão.
A baixa autoestima pode ser desenvolvida na infância ou adolescência ao ouvirmos frequentemente comentários negativos e depreciativos. Nesta fase, a crítica é incorporada à identidade, pois a criança não tem defesas para questionar a veracidade ou utilidade da crítica.
Na fase adulta, as emoções negativas, ao invés de serem encaradas como fazendo parte de uma vida normal, são supervalorizadas, enquanto um acontecimento trivial é visto como um desastre ou um defeito irreparável. São pessoas que possuem mania de perseguição: "...aquele meu vizinho me olhou de uma forma que não me deu bom dia... eu devo ser uma pessoa detestável..."; "...tirei uma nota baixa, isto significa que sou burro...”. E o pior de tudo é sempre ficar se comparando em relação às pessoas que julgamos obter melhores resultados.
Comparações ou declarações depreciativas são profecias autorrealizáveis, tendo em vista que a pessoa que afirma tem convicção de que é verdadeira, fica deprimido e não consegue perceber o quanto as crenças são inadequadas e inúteis.
Os sentimentos de bem-estar e de valor próprio não podem depender de sermos amados ou desejados pelos outros. Na realidade, o nosso mérito pessoal não pode ser medido somente em função do que os outros pensam e dizem. O ideal é deduzir que “a percepção de uma pessoa” é o que nos torna mais imunes a opiniões alheias.
Na dependência da opinião alheia, é comum fazer coisas para agradar ou obter aprovação. Isto torna a vida um mar de sofrimento, pois é impossível agradar toda a gente e sempre vamos encontrar quem nos desaprove e nem por isto devemos nos sentir culpados ou perturbados. A desaprovação faz parte da vida. Há sempre pessoas que gostam e concordam conosco, e outras que nos amam, independente se a agradamos ou não.
O mais importante é a opinião que temos de nós próprios; apesar de a nossa cultura nos ensinar a procurar a aprovação dos outros e a depender do valor que os outros atribuem a nós. O que deve ser decisivo para uma boa autoestima é a capacidade de perceber que cada pessoa é especial e faz a diferença no mundo.
As pessoas com baixa autoestima rotulam-se negativamente: "sou ruim”, "sou destrambelhado". Porém, o rótulo cabe para coisas e objetos estáticos e não para pessoas que estão em processo dinâmico, em mudança constante. Um rótulo é sempre criminoso, pois enquadra a pessoa em um conceito como se fosse um carimbo, uma verdade ontem, amanhã e sempre.
Para fazer uma limpeza desses julgamentos generalizados, o melhor é escrever os autoconceitos e perceber até que ponto são verdadeiros e úteis. Muitas vezes são distorções exageradas. Por exemplo, alguém que pense frequentemente: "eu não valho nada" ou “nunca faço nada correto”, provavelmente está a fazer uma supergeneralização falsa, pois é impossível uma pessoa não valer nada e conseguir o tempo inteiro, ou durante toda uma vida fazer tudo errado. Todos fazemos coisas certas e erradas.
Existem também as pessoas que não se apropriam de suas conquistas tipo: "tive sorte em tirar uma nota boa no exame", "a existência me deu um bom marido", “as pessoas gostam de mim porque são generosas”. Ou melhor, tudo é obra do acaso. Já outras atribuem a si todo o acontecimento negativo como se levasse o mau tempo consigo, onde quer que esteja.
Segundo a Neurolinguística, somos seres linguísticos, sendo o pensamento que determina o valor que acreditamos possuir. Existe um grande conjunto de técnicas e estratégias para pensar, sentir e agir de uma forma positiva:
1. Observar crenças irracionais que funcionam como exigência: "Para ser admirado e amado tenho que ser perfeito” ou "Tenho de encontrar soluções para tudo"; "Nunca devo me sentir mal, tenho de estar sempre feliz"; "Tenho de ser completamente competente"; "Nunca devo cometer erros", "Tenho de estar sempre ocupado, relaxar é perder tempo", "Quando tiver o corpo perfeito serei aceito por todos e serei completamente feliz". Ao eliminar as exigências, diminuirá as emoções inúteis de culpa, de medo de falhar e não ser aceito.
2. Aceitar ser uma pessoa normal, com pontos fortes e fracos, e aprender a conviver de forma equilibrada com forças e fraquezas.
3. Limpar pensamentos negativos para permanecer em estados de bem-estar e construir um conceito baseado em virtudes e não nas referências socioeconômicas, nem tampouco ditadas pela moda.
4. Aprender a lidar com rejeições e enxergar os próprios erros de forma construtiva como forma de aprendizado.
5. Escolher ter uma autocrítica útil que possibilite quer ser uma pessoa melhor em constante evolução positiva.
6. Evitar comparações com as imagens irrealistas da publicidade, desde o corpo perfeito ao melhor carro.
7. Aprenda a ressaltar seus pontos positivos, sem falsa modéstia.
Agito sem descanso pode causar esgotamento físico e mental, comprometendo a memória e causando letargia
São mais de 10 dias de agito, entre Fuzuê, Furdunço e a festa mais popular do país: o Carnaval. Quem gosta do movimento, não perde uma oportunidade de sair em mais de um bloco, pular na pipoca, se divertir no camarote e, de quebra, ainda aliar tudo isso às atividades domésticas, malhação e ao trabalho. A grande quantidade de tarefas, de forma intensa e em curto intervalo de tempo, pode gerar um esgotamento mental, inquietação, além do cansaço físico proveniente da curtição – “deixando o retorno ao dia a dia um fardo para muitos soteropolitanos”, afirma a psicanalista do NitidaMente Instituto, Shirley Moraes.
Ainda de acordo com a especialista, essa situação fica muito evidenciada na volta ao trabalho. “Algumas pessoas gastam tanta energia durante as festas, que demoram dias para que retomem à dinâmica de sempre. É por isso mesmo que costumamos dizer que o ano só começa depois do Carnaval. E, para evitar isso, é preciso que, além do preparo físico, esses indivíduos também tenham um equilíbrio psicológico, evitando o estresse pós-festas, irritabilidade e fadiga”.
Dentre as consequências disso, além do rendimento prejudicado no trabalho, está o comprometimento da memória, os chamados brancos e letargia. Uma dica da psicanalista, que também é hipnoterapeuta, para os festeiros de plantão, é procurar manter a qualidade do sono, buscando dormir pelo menos seis horas por dia, durante esse período, e planejar as saídas "sabendo que existirá o dia de amanhã".
Sentar à beira da praia, apreciar a paisagem e tomar um banho de mar podem ser mais relaxantes do que as pessoas imaginam. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Exeter, na Inglaterra, o tempo gasto à beira-mar, pode trazer efeitos benéficos para a saúde física e psicológica das pessoas, como por exemplo, o alívio do estresse e da ansiedade, além de estimular a prática de atividades físicas.
O ambiente é o mais indicado para quem deseja se desvencilhar da correria do dia a dia e imergir em pensamentos e reflexões que aproximem as pessoas do bem-estar, conforme aponta a psicanalista e hipnoterapeuta do NitidaMente Instituto, Shirley Moraes. “Quando voltamos da praia, nos sentimos mais leves, mais suaves. É como se as ondas levassem com elas todo o peso do estresse que estava acumulado em nosso corpo”, explicou a especialista.
Caminhar à beira-mar, sentindo o vento bater no rosto, também pode ser um calmante natural. Shirley Moraes recomenda a prática, pelo menos, duas vezes por semana, sempre em horários em que a praia não esteja muito cheia para que o contato com a natureza seja o mais proveitoso possível.
"Tenho diante de mim uma senhora sob os efeitos da hipnose, por isso posso continuar escrevendo tranquilamente", afirmava há cem anos Sigmund Freud, neurologista austríaco fundador da psicanálise, em escritos inéditos que revelam sua faceta de hipnotizador.
Durante dez anos, Freud (Freiberg, 1856 - Londres, 1939) se interessou pela hipnose e a utilizou em suas consultas, prática que documentou em relatórios, artigos e cartas reunidos e publicados pela primeira vez de forma organizada pelo escritor Mikkel Borch-Jacobsen em um livro.
Segundo Jacobsen, estes textos são essenciais para compreender a gêneses da psicanálise, e demoraram mais de um século para serem divulgados porque os proprietários dos direitos da obra do austríaco os consideravam sem importância.
Uma vez que a obra de Freud passou a ser de domínio público, Borch-Jacobsen achou que tinha chegado o momento de "preencher esta surpreendente lacuna" pesquisando os registros do psicanalista, que contam inclusive com várias fotografias da época.
Após suas experiências, Freud escreveu em um de seus artigos que a hipnose era recomendável "a qualquer doente" sempre que praticada por um médico "com experiência e digno de confiança".
Segundo Freud, tudo o que se escrevia na época sobre os supostos perigos desta técnica eram apenas histórias.
O fundador da psicanálise considerava que 80% das pessoas eram "hipnotizáveis", mas reconhecia que as hipnoses profundas eram "bem mais raras" que o desejável para o "bem da cura".
Freud explicava que o grau de hipnose depende mais do paciente que do médico, ou seja, "emana diretamente da boa vontade" do hipnotizado.
Outro dos artigos publicados no livro, uma contribuição de Freud a um manual para clínicos gerais, aborda a hipnose sob um ponto de vista essencialmente prático, com técnicas de indução que mostram, passo a passo, como deveria ser praticada.
O neurologista começava suas instruções assegurando que a técnica do hipnotismo é "um ato médico tão difícil de realizar como qualquer outro" e aconselhava a quem se sentisse "ridículo" em sua dignidade de médico a não adotá-la.
Segundo Freud, a hipnose servia para curar, mas sua verdadeira propriedade curativa "reside sempre na sugestão", que consiste "em negar energicamente os males dos quais o paciente se queixa".
Em sua busca por novos meios para curar seus pacientes, qualificados na época como "nervosos" ou "histéricos", Freud considerava a hipnose muito útil para acessar os processos do inconsciente.
Freud explica o caso de uma paciente "histérica ocasional" que, após cada parto de seus três filhos, não podia comer nem amamentá-los. Depois de consultar vários médicos, o assunto foi solucionado com várias sessões de hipnose praticadas por ele, apesar de a mulher e seu marido terem "aversão" a esses métodos.
"Sentia vergonha - disse a mulher a Freud - de ver que uma coisa como a hipnose obtinha resultados onde minha força de vontade se mostrava impotente".
Entretanto, com o passar dos anos, Freud abandonou progressivamente o método da hipnose e passou ao da catarse e ao da associação livre, fundamento da psicanálise.
Após uma vida materializada em 23 volumes (suas "Obras completas"), Sigmund Freud morreu na Inglaterra em 23 de setembro de 1939, um ano após deixar Viena, onde os nazistas queimaram seus livros.
Fonte: Uol Notícias
O ano novo já começou com uma notícia trágica. Um atirador, ex-membro da Alaska National Guard, matou cinco pessoas e feriu mais oito, no aeroporto Fort Lauderdale (FL). Segundo o irmão dele, Esteban Santiago Ruiz (o atirador), tinha problemas psicológicos e já havia sido submetido a tratamento. Casos como esses geram pânico e espanto em toda a sociedade, mas é importante ficar atento aos motivos pelos quais são ocasionados.
Os transtornos psicológicos são cada vez mais comuns, de acordo com a psicanalista e hipnoterapeuta, Shirley Moraes, e precisam ser diagnosticados o quanto antes para que seja feito tratamento adequado. “Com isso, eu não digo que todas as pessoas, diagnosticadas ou não, serão capazes de atitudes extremas como a de Esteban, mas a identificação precoce do transtorno pode evitar sofrimento do portador e de pessoas que estejam ao seu redor, como por exemplo, os seus familiares”.
Dados da Organização Mundial da Saúde dão conta de que cerca de 700 milhões de pessoas têm algum tipo de transtorno no planeta. Isso representa 13% da totalidade de doenças existentes, sendo a depressão e a ansiedade as que figuram como o topo da lista - embora muitas pessoas acreditem que a psicose e a esquizofrenia sejam mais comuns.
Ainda de acordo com Shirley, os medicamentos nem sempre são as únicas formas de tratamento. “Os remédios são fundamentais sim, pois eles conseguem diminuir ou até mesmo eliminar alguns sintomas dos pacientes, possibilitando que eles tenham uma vida normal durante o uso contínuo. Porém, é importante aliar isso a tratamentos terapêuticos, tentando identificar as razões destes problemas para o alívio do paciente”, afirma.
Por Alberto Dell’isola
Você provavelmente já ouviu algum comentário preconceituoso acerca de cursos de memorização.
“Prefiro entender a memorizar”
“Oras, de que me adianta memorizar listas de objetos ou longas sequências de dígitos? Quero é memorizar leis e conceitos!”
“O curso era pura enganação! Não ensinaram como ler e memorizar tudo o que leio”.
“Cursos de memorização ensinam apenas truques que não possuem qualquer aplicabilidade prática”.
Esses comentários se originam de certo desconhecimento acerca da memória e de seu funcionamento. Veja a seguir como a memória funciona e os principais mitos envolvendo a memorização.
Memória não é uma coisa
As pessoas frequentemente falam de suas memórias como se a memória fosse uma parte de nosso corpo. É comum as pessoas dizerem que possuem uma boa ou má memória da mesma maneira que dizem que possuem bons dentes, bom coração ou bons rins. É comum dizerem que sua memória anda falhando com a mesma propriedade que são capazes de dizer que suas vistas andam falhando.
Ao contrário do que pensa o imaginário popular, a memória não pode ser identificada da mesma maneira que um órgão ou glandula de nosso corpo. Aquilo que chamamos de memória é, na verdade, dezenas de processos completamente diferentes. Por exemplo, imagine um campeão de xadrez. Certamente, ele possui ótima memória para guardar inúmeras jogadas e estratégias de xadrez. No entanto, possuir uma boa memória para o xadrez não é garantia que se tenha também uma boa memória para diversas outras atividades como lembrar-se de nomes, rostos, datas, a lista de compras do supermercado ou até mesmo o que almoçaram ontem. Você certamente conhece um professor bastante inteligente e extremamente “esquecido”. Oras, se esse professor é capaz de dominar o assunto que leciona, memorizando diversos fatos e conceitos, ele deveria ter uma boa memória em outros contextos.
Assim, aquilo que chamamos de memória é um processo complexo formado por diversos subsistemas específicos.
Não existe um segredo para uma super-memória
Creio que de todos os e-mails que recebo diariamente solicitando dicas de memória, um tipo é o mais recorrente: “Qual o segredo para uma super-memória?”. Ao me assistirem realizando proezas envolvendo a memória na TV, surge a expectativa de que eu guarde um segredo único e capaz de tornar a memória de qualquer pessoa em uma memória fotográfica. Assim, imaginam que, de posse desse segredo, serão capazes de se memorizar conceitos, fórmulas, leis ou qualquer coisa que se deseja, com uma memória perfeita.
Infelizmente, essa expectativa jamais será alcançada. Imagine que você é um professor da escola básica que ensinará a seus alunos como utilizar cada item de seu material escolar. Inicialmente, você apresenta a seus alunos uma cola e lhes ensina as diversas coisas que uma cola é capaz de colar. Em seguida, um dos alunos lhe pergunta: “Entendi que a cola serve pra colar, mas como utilizá-la para cortar o papel?”. Após ouvir atentamente a pergunta, você explicaria que a cola serve apenas para colar. Caso alguém necessite de cortar papel, é necessário utilizar um instrumento chamado tesoura. Assim, não existe algum componente do material escolar capaz de colar, cortar, escrever e apagar. Cada item tem um uso particular em cada contexto.
O mesmo acontece com a memória. Não existe uma estratégia ou segredo capaz de resolver todos seus problemas envolvendo sua memória. Se você deseja melhorar sua memória para nomes e rostos, será preciso utilizar um conjunto de estratégias. No entanto, se você desejar se lembrar de leis e artigos da constituição, as estratégias serão completamente diferentes. Assim, para cada tipo de atividade, será preciso uma estratégia completamente diferente. Veja alguns exemplos:
• Qual a estrutura do texto a ser memorizado? Por exemplo, memorizar dados arbitrários ou um artigo de opinião não requerem as mesmas estratégias.
• Quem utilizará a técnica? Por exemplo, um professor de física e um aluno utilizarão estratégias completamente diferentes para conseguir estudar um novo livro de física.
• Como a memória será avaliada? Por exemplo, uma tarefa de simples reconhecimento talvez requeira uma estratégia diferente de uma tarefa de evocação.
• Qual o uso que se fará com os dados memorizados? Por exemplo, memorizar a lista de presidentes do Brasil não é o mesmo que saber relacioná-los aos seus respectivos contextos históricos.
• Qual a maneira como se deseja memorizar o texto? Por exemplo, para memorizar poesias ou salmos da Bíblia, é importante memorizarmos ipsis literis (na íntegra, palavra por palavra). Em contrapartida, para outros tipos de textos, basta saber os conceitos e palavras chave do assunto.
• Por quanto tempo se deseja armazenar o assunto? Suponha que você deseja memorizar um número de telefone apenas para ser capaz de realizar uma ligação. Nesse caso, talvez não seja necessário utilizar uma estratégia muito eficiente. No entanto, se seu desejo for memorizar o número pelo maior tempo o possível, será necessário utilizar uma estratégia específica.
Assim, para cada tipo de contexto é preciso utilizar um método específico de memorização.
Mnemônica não é mágica
Ao assistirmos a propagandas de diversos cursos e livros de memorização, temos a impressão de que essas técnicas de memória são capazes de tornar a memorização em algo extremamente fácil e espontâneo. Isso não é verdade. Geralmente, as técnicas de memória requerem ainda mais esforço que os métodos tradicionais. No entanto, ao utilizar técnicas de memória, os resultados obtidos costumam ser mais duradouros.
Algumas pessoas acreditam que uma pessoa inteligente (alguém com alto QI) é capaz de memorizar mais facilmente que uma outra pessoa menos inteligente (alguém com baixo QI). É verdade que existem certas relações entre memória e inteligência. Por exemplo, imagine que um teste de memória é aplicado a dois grupos: um compost por pessoas de alto QI e outro por pessoas de baixo QI. Caso nenhum desses dois grupos tenha participado de qualquer treinamento de memória em toda sua vida, o grupo de alto QI certamente conseguiria uma pontuação maio. Uma explicação para isso é a de que pessoas inteligentes costumam criar e utilizar técnicas de memória mais frequentemente.
Pesquisas mostram que bons alunos mostram mais iniciativa para utilizar e criar técnicas eficientes de aprendizagem se comparados com alunos com histórico de fracasso escolar. No entanto, se um grupo de indivíduos com alto QI fosse comparado com outro grupo, composto por pessoas de QI normal, mas mais baixo do que o primeiro grupo, o grupo com QI menor conseguiria melhores resultados. Além disso, uma pesquisa realizada com os oito primeiro colocados no campeonato mundial de 1993 identificou que eles perdiam sua habilidade excepcional de memorização quando solicitados a memorizar informações para as quais eles não possuíam uma estratégia específica de memória. Por exemplo, os campeões de memória não tiveram um desempenho excepcional ao tentar memorizar o formato de flocos de neve vistos em um microscópio . Assim, ao contrário do que se imagina a capacidade de lembrar-se é uma habilidade aprendida e não inata.
Desse modo, o desenvolvimento da memória é equivalente ao desenvolvimento de qualquer outra habilidade. Da mesma maneira que ninguém nasce um gênio da música ou um campeão de tênis, ninguém nasce com boas habilidades em memorizar. Obviamente, existem pessoas que nascem com um talento em potencial para determinadas atividades. No entanto, se não tiverem algum processo de aprendizagem (mesmo que auto-didata), não serão capazes de desenvolver tal talento. O mesmo vale para a memória: se você não desenvolver estratégias específicas para cada domínio de memória, você nunca terá uma boa memória.
Muitas pessoas não entendem isso e, quando descobrem que uma boa memória requer prática, simplesmente desistem. Infelizmente, diversos “professores” de memorização de técnicas de estudo utilizam o seguinte slogan: “Nosso curso não requer treinamento em casa”. Esse tipo de propaganda apenas alimenta esse imaginário popular, visto que é impossível melhorar sua memória sem o mínimo de esforço para o uso das diversas estratégias em cada contexto específico.
Por Alberto Dell' Isola
Ninguém sabe ao certo o que é a hipnose. No entanto, isso não significa que não possamos utilizar de seus benefícios. Basicamente, a hipnose pode ser considerada como um estado mental propício para o comportamento inconsciente ao invés do comportamento consciente.
Em outras palavras, podemos compreendê-la como uma forma de programação da mente em que ela funcionaria por meio do sistema autônomo do corpo. Veja a seguir alguns mitos relacionados a hipnose.
Hipermnésia
Na ficção, a hipnose frequentemente é utilizada para ajudar as pessoas a lembrar dos detalhes exatos de um crime que testemunhou.
“O massacre de uma família nos arredores de Estocolmo abala a polícia sueca. Os homicídios chamam a atenção do detetive Joona Linna, que exige investigar os assassinatos. O criminoso ainda está foragido, e há somente uma testemunha: o filho de 15 anos, que sobreviveu ao ataque. Quem cometeu os crimes o queria morto: ele recebeu mais de cem facadas e está em estado de choque. Desesperado por informações, Linna só vê uma saída: hipnose. Ele convence o Dr. Erik Maria Bark – especialista em pacientes psicologicamente traumatizados – a hipnotizar o garoto, na esperança de descobrir o assassino através das memórias da vítima. É o tipo de trabalho que Bark jurara nunca mais fazer: eticamente questionável e psicologicamente danoso. Quando ele quebra a promessa e hipnotiza o garoto, uma longa e aterrorizante sequência de acontecimentos tem início.” (sinopse do thriller O hipnotista, de Lars Kepler)
A hipnose realmente pode ajudar as pessoas a se lembrar de fatos esquecidos. Por exemplo, já ouvi relato sobre uma pessoa que teria utilizado a hipnose para se lembrar de uma senha de um antigo cofre. No entanto, ainda que a hipnose possa ser usada para potencializar a memória, os efeitos da suposta hipermnesia decorrente das sessões de hipnose tem sido drasticamente exagerados nos meios populares. Pesquisas indicam que a maior parte dessas supostas memórias são falsas ou distorcidas.
Dessa maneira, só é possível potencializar lembranças marcantes que, por algum motivo, se encontram bloqueadas. Por exemplo, voltemos ao exemplo da senha do cofre. Provavelmente, a senha não era evocada devido a algum bloqueio de memória. No entanto, se essa memória realmente tivesse sido completamente apagada, dificilmente seria evocada.
Hipnose não é meditação.
A meditação é uma prática em que um indivíduo treina a mente ou induz a um modo de consciência, seja para obter algum benefício direto ou até mesmo como um fim em si mesmo. Confunde-se frequentemente hipnose e meditação, visto que ambas frequentemente envolvem estados alterados de consciência. No entanto, existem algumas diferenças cruciais entre as duas práticas. Veja o quadro a seguir:
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Meditação |
Hipnose |
Motivação |
Concentrar-se em sim mesmo. |
Concentrar-se em algo exterior a si. |
Objetivos |
Não existem necessariamente objetivos. |
Frequentemente existem objetivos envolvidos com a prática. |
Processo |
Após ingressar no estado alterado de consciência, foca-se em si mesmo. |
Após ingressar no estado alterado de consciência, recebe-se sugestões. |
Na hipnose, você frequentemente passa pelo estado de meditação. No entanto, em seguida, procura trabalhar alguma mudança de pensamento, ideia ou atitude. Em contrapartida, na meditação você não se preocupa em alterar seus modelos de pensamentos.
Hipnose não é sinônimo de terapia
Ao contrário do que muitos imaginam, hipnose não é uma linha psicoterapêutica. Na verdade, é uma técnica que pode ser aplicada como catalizador de processos terapêuticos. Em outras palavras: é uma ferramenta que pode ser utilizada por psicólogos, independentemente da sua linha teórica.
Chamamos de hipnoterapia ao uso da hipnose como ferramenta durante o processo terapêutico. Veja bem: hipnoterapia não é sinônimo de hipnose.
Hipnose não é relaxamento
Uma vez, um amigo me disse: “Odeio esses métodos de relaxamento. Por isso, nunca experimentei a hipnose”. Contrariando o senso comum, não é necessário estar relaxado durante a hipnose.
Certamente, é mais fácil hipnotizar alguém quando o indivíduo se encontra relaxado. No entanto, o transe hipnótico pode ser obtido enquanto você está tenso, triste ou até mesmo nervoso.
Hipnose não é o mesmo que dormir
Apesar de já ter sido considerada um estado específico do sono, hipnose e sono são estados completamente distintos. Durante o sono, sua mente parece agir como um barco à deriva: você parece não ter controle sobre seus pensamentos. Por outro lado, durante a hipnose, você se interessa e participa ativamente daquilo que está pensando.
O motivo pelo qual se confunde hipnose com o sono é o fato de que, na hipnose, frequentemente o sujeito sob o efeito da hipnose se encontra de olhos fechados. No entanto, isso é devido ao fato de ser mais fácil concentrar-se em nossos pensamentos estando de olhos fechados.
Veja no quadro abaixo as principais diferenças entre eles.
Sono |
Hipnose |
Olhos fechados. |
Olhos podem estar fechados, mas também podem estar abertos. |
Corpo relaxado. |
Frequentemente, o corpo se mantém relaxado. No entanto, pode ser instruído para tornar-se rígido. |
Não escuta conversas. |
Escuta a voz do hipnólogo. |
Costuma mover-se. |
Não se move. |
Sem habilidade para concentrar-se. |
Muita habilidade para concentrar-se. |
Estudos com EEG mostram pouca atividade de ondas alfa. |
Estudos com EEG mostram muita atividade de ondas alfa – um indicativo do estado de alerta. |
O aprendizado de idiomas hoje pode ser dividido em duas vertentes:
1- Natural e espontâneo, que acontece quando a criança aprende sua língua nativa
2- Artificial ou orientado por métodos, que seria o ministrado em escolas.
Sem dúvidas alguma, essa primeira forma de aquisição de um idioma tem sido considerada a mais interessante: o aprendiz, sem esforço consciente, em pouco tempo aprende o idioma.
Aliado a esse resultado surpreendente, o oposto tem acontecido com o aprendizado por escolas.
Afinal, são milhares as pessoas que estudam o inglês por toda uma vida e, no entanto, poucas aquelas que realmente falam com segurança!
Por que esse fenômeno tão discrepante?
Algumas conclusões já foram criadas para esses resultados. E algumas delas já se tornaram verdadeiras lendas urbanas:
1- Crianças aprendem mais rápido que os adultos;
2- Os adultos que não aprenderam o idioma quando novos já perderam a possibilidade de aquisição de outros idiomas;
3- "A questão é pessoal e EU que sou incapaz de aprender idiomas"
Será mesmo tudo isso verdade?
E se você estiver enxergando a sua vida por um paradigma que limita as suas potencialidades e for possível aprender idiomas de forma mais eficiente?
Foi pensando nisso que desenvolvi por mais de 10 anos um laboratório diagnóstico com o Alberto Dell'Isola. Associamos minha experiência com idiomas (sou poliglota) ao brilhantismo de um recordista latino americano em memorização.
O resultado foi o seguinte: o problema não está no adulto, em sua incapacidade de aprender ou por sua faixa etária. O problema está no método de ensino.
O melhor método de ensino deve considerar a neurolinguística, que seria a ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem e seus mecanismos envolvidos na compreensão, produção e assimilação da língua.
Além disso, são também importantes os estudos atinentes à neurofisiologia e os sistemas de memorização, de modo a otimizar os resultados da aprendizagem.
E, por último, questões inconscientes do aprendiz. Segundo um estudo de Harvard, cerca de 95% de nossas decisões são tomadas de forma inconsciente. Por isso a importância de se considerar também percepções registradas no inconsciente, que podem ser o motivo do medo e entrave no aprendizado de línguas.
Associando-se essas três abordagens foi criado o curso Inglês em 7 dias: um método inovador, que ensina o aluno a pensar em inglês e se tornar independente na língua em apenas uma semana.
Saiba mais sobre esse curso em www.nitidamente.com.br/cursos
“Então, é natal! O que você fez?”. O final de ano é um período de alegria e prazer para muitos. Reencontro de famílias, cidade iluminada, decoração, presentes... Enquanto uns adoram passar esse momento com entes queridos, outros sentem uma melancolia sem igual, apresentando choro frequente, isolamento, irritabilidade, tristeza sem motivo aparente, sentimento de culpa, sonolência exagerada, ou insônia, ansiedade, dentre outros. Para a psicanalista Shirley Moraes, esses sinais podem ser indícios de ‘depressão natalina’.
Para a especialista, se a pessoa apresentar alguns desses sintomas, é importante fazer um autoquestionamento: Isso ocorre com frequência? Traz transtornos para minha vida? Quanto tempo dura? A depender das respostas, pode ser apenas tristeza, mas, caso contrário, pode ser “christmas blues”, a chamada ‘depressão natalina’.
“A mídia, bem como algumas religiões, apresentam uma formatação padrão de Natal que, geralmente, difere da realidade da maioria das famílias. Isso, muitas vezes, gera frustração para adultos e crianças, que também podem apresentar transtornos depressivos, ou, mesmo, tornarem-se adultos que trarão a certeza de que o Natal não passa de um momento de frustração, mentira, etc”, explica Shirley.
Em casos desse tipo de depressão, a psicanalista afirma que a família tem importante papel, pois o sujeito que se isola pode nem perceber os sintomas ou justificá-los para que seja aceitável seu comportamento. “É importante lembrar que as causas podem ser diversas: solidão; ausência de membros da família (filhos que saíram de casa, pais que se separaram ou se foram, etc.); culpa pelo consumo compulsivo; incompatibilidade entre a vida real e a idealizada com base nas propagandas, que, geralmente, apresentam famílias felizes em torno de mesa farta e suntuosos presentes; insatisfação com resultados do balanço anual, já que muitos planos são feitos no início do ano, mas as ações não viabilizam sua concretização; entre outros”, enumera.
O que fazer para superar a depressão natalina?
A depressão natalina se difere de, apenas, tristeza ou melancolia. Ela tem que atender alguns critérios como: duração dos sintomas, período em que ocorre e frequência. Escolhas e ações simples podem melhorar, significativamente, o dia a dia de quem apresenta este transtorno. Veja algumas dicas:
1. Quando for planejar o ano novo, estabeleça metas tangíveis que, mesmo que dependam de esforço e determinação triplicados, são possíveis.
2. Fazer planos com os recursos que irá ganhar na mega sena, ou de um possível negócio, não é uma boa ideia.
3. Pratique exercícios físicos.
4. Dê preferência aos alimentos que estimulam a produção de serotonina.
5. Lembre que a mídia utiliza um “ideal” de felicidade, então, você não precisa daquele padrão para ser feliz.
6. Foque nos pensamentos positivos.
7. Valorize suas conquistas, por menores que pareçam.
8. Caso você siga essas dicas e não perceba alguma redução dos sintomas, procure profissionais de saúde que possam auxiliá-lo a sentir-se bem, independente da data ou desafios. Afinal, o objetivo de vida do ser humano é ser feliz.